terça-feira, 7 de junho de 2011

O TEATRO MODERNO- 8ª SÉRIE 2011 - PRIMEIRO SEMESTRE

HISTÓRIA DO
TEATRO MODERNO
Em meados do século XIX, o interesse pelos detalhes realistas, as motivações psicológicas e a preocupação com os problemas sociais provocaram o surgimento do naturalismo no teatro. Na França, Émile Zola comparava o trabalho do autor teatral ao do médico, que tem que fazer aflorar a enfermidade para curá-la.
Ao mesmo tempo crescia o interesse pelo realismo das motivações psicológicas dos personagens. As figuras mais relevantes deste estilo foram o dramaturgo norueguês Henrik Ibsen e o autor teatral sueco August Strindberg, não raramente considerados os fundadores do teatro moderno. O autor irlandês George Bernard Shaw, por exemplo, demonstra clara influência de Ibsen.
O teatro russo começou a se desenvolver em fins do século XVIII. Suas figuras mais representativas, Alexander Ostrovsky e Nikolai Vasilievitch Gogol, eram de certo modo realistas, no que se refere ao estilo; mas o naturalismo viria a se impor em fins do século XIX, com as obras de Lev Tolstoi e Maksim Gorki. Anton Tchekhov, embora seja mais precisamente um simbolista, tem aspectos realistas em suas peças e foi muitas vezes considerado um naturalista. Konstantin Stanislavski, um diretor autodidata, fundou em 1898 o Teatro de Arte de Moscou e seu método de interpretação continua sendo, ainda hoje, a base de formação de muitos atores.
Existiam ainda formas populares nos teatros de ruas e praças, com uma mistura de música, dança, números de circo e pequenas obras cômicas. O interesse pela fantasia e pelo espetáculo se alimentava da pantomima, da extravagância e do gênero burlesco.
O movimento simbolista francês adotou as idéias de Richard Wagner na década de 1880, realizando uma chamada à “desteatralização” de todos os entraves tecnológicos e cênicos, substituindo-os pela espiritualidade, que deveria provir do texto e da interpretação. As peças simbolistas do belga Maurice Maeterlinck e do francês Paul Claudel, bastante conhecidas entre a última década do século XIX e meados do século XX, são pouco representadas atualmente. A influência simbolista é também evidente nas obras dos dramaturgos norte-americanos Eugene O’Neill e Tennessee Williams e do inglês Harold Pinter, animador do “teatro do silêncio”, em que se dá importância decisiva à iluminação e à cenografia.
Em 1896 estreou Ubu Rei, de Alfred Jarry, obra desconcertante e provocadora, que serviria de modelo a futuros movimentos dramáticos de vanguarda e, posteriormente, ao teatro do absurdo. Paralelamente, Valle-Inclán revolucionaria a cena espanhola com a criação de seu “esperpento”.
O movimento expressionista teve seu apogeu nas primeiras décadas do século XX, principalmente na Alemanha. Explorava os aspectos mais violentos e grotescos da mente humana, criando um mundo de pesadelo no palco. Do ponto de vista cênico, o expressionismo caracterizou-se pela distorção, o exagero e um uso sugestivo da luz e da sombra. Entre seus autores se destacam Georg Kaiser, Ernst Toller e, de certo modo, O’Neill.
Outros movimentos da primeira metade do século XX, como o futurismo, o dadaísmo e o surrealismo, procuraram trazer ao teatro novas idéias artísticas e científicas.
O dramaturgo e poeta espanhol Federico García Lorca fundiria simbolismo, surrealismo, lirismo, realismo e formas populares em um teatro cujo eixo é a liberdade do autor ao se expressar.
O dramaturgo alemão Bertolt Brecht também se manifestou contra o teatro realista. Julgava que o teatro podia instruir e transformar a sociedade e para tal deveria forçosamente ser político. O uso de um palco nu, em que fosse visível a colocação dos elementos técnicos e a iluminação, as cenas curtas, a justaposição de realidade e teatralidade, técnicas correntes em nossos dias, são, em grande parte, mérito de Brecht.
O teórico francês Antonin Artaud exerceu influência das mais significativas no panorama teatral após a II Guerra Mundial. Rejeitava o drama psicológico e procurava substituí-lo por uma experiência teatral religiosa, comunitária, convocando à criação de uma nova linguagem teatral, o chamado teatro da crueldade.
O gênero não-realista mais popular do século foi o teatro do absurdo, descendente das obras de Alfred Jarry, dos dadaístas e surrealistas e da influência das teorias existencialistas de Albert Camus e Jean-Paul Sartre. Seus melhores exemplos são a peça de Ionesco O rinoceronte (1959) e a do escritor irlandês Samuel Beckett Esperando Godot (1952

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